Conforme o Instituto Paraná Pesquisas, num geral, o brasileiro não se importa em ter um candidato assumidamente homossexual concorrendo à presidência do país. Em pesquisa realizada entre 15 e 19 de julho deste ano, com uma amostragem de 2033 entrevistados a partir dos 16 anos de idade, cerca de 75% afirmaram que o fato de um presidenciável ser gay não altera sua vontade de votar nele.
Esse posicionamento, de acordo com a pesquisa, é mais predominante na faixa etária dos 25 aos 34 anos, que contou com uma porcentagem de 82,1% dos que não alterariam seu voto diante da orientação sexual do candidato. Seguindo os outros dados, para 5,8% ter um candidato homossexual aumenta sua vontade de votar nele, 13,7% diminui e 4,6% não quiseram ou não souberam opinar. A amostra atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2,0% para os resultados gerais.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), foi o primeiro presidenciável que admitiu publicamente ser gay em rede nacional, o fato ocorreu em entrevista concedida ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. Na ocasião, o governador mais jovem do país discutiu as prévias do PSDB para as eleições à presidência da república e fez a seguinte declaração: “Nesse Brasil, com pouca integridade, nesse momento, a gente precisa debater o que se é, para que fique claro e não se tenha nada a esconder. Eu sou gay, e sou um governador gay. Não sou um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro, e tenho orgulho disso”.
O assunto gerou grande repercussão nas redes sociais, chegando a se tornar um dos trending topics do Twitter, e o político que já foi alvo de ataques homofóbicos durante as campanhas para a prefeitura de Pelotas e para o governo do estado do RS recebeu várias mensagens de apoio.
Na contramão da boa recepção do eleitor brasileiro com relação à diversidade dos candidatos à presidência, políticos da direita fazem declarações preconceituosas disfarçadas de ironia. É o caso do vereador por Maceió Leonardo Dias (PSD) que fez um post em tom de deboche sobre a chegada das novas doses da vacina no estado, como se não bastasse chamar Bolsonaro de “papai”, o edil fez questão de replicar com ironias os avisos que os gestores de Alagoas e da capital fizeram em suas redes sociais, e ainda teve a capacidade de indicar o local da aplicação da vacina em tom homofóbico.
“Só um aviso! Não se anima muito que não é no bumbum, viu?”