Em 2022, foram registrados 67 casos de justiçamento em Alagoas, dos quais 13 resultaram em mortes. Embora o número de ocorrências neste ano não tenha ultrapassado o do ano anterior, a quantidade de vítimas que morreram em situações de linchamento aumentou de forma exponencial no estado.
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, que acompanha de perto os acontecimentos, acredita que o número de casos pode estar relacionado à naturalização da justiça com as próprias mãos e à falta de conscientização de que tal ato é considerado um crime. Muitas vezes, as vítimas são confundidas pelos agressores e acabam morrendo sem terem cometido qualquer crime.
Os responsáveis por casos de linchamento, quando identificados, podem ser responsabilizados por agressão e homicídio, dependendo das circunstâncias e da gravidade do fato.
Para combater essas ocorrências, a Comissão vem atuando em parceria com as autoridades e acionando os órgãos competentes para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Além disso, a Comissão realiza palestras sobre a problemática do linchamento para estudantes de Direito e alunos das redes municipais e estaduais de ensino, com o objetivo de conscientizar a sociedade.
Roberto Moura, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, ressalta que esse tipo de crime perpetua um ciclo de violência. Ele enfatiza a importância de intensificar as políticas de conscientização na sociedade, destacando que a falta de segurança não justifica a prática do justiçamento. A punição deve estar a cargo dos esforços da Segurança Pública, que deve identificar e penalizar as pessoas envolvidas nesses crimes.
É fundamental que haja esforços conjuntos para que o linchamento seja combatido de forma eficaz, garantindo a segurança e o respeito aos direitos humanos de todos os cidadãos. A conscientização é uma ferramenta essencial nesse processo, visando mudar a cultura de violência e promover uma sociedade mais justa e solidária.