No despacho assinado na terça-feira (20), Fux justificou a autorização das quebras de sigilo afirmando que “os indícios de possível prática criminosa estão bem descritos na representação da Autoridade Policial, com possível ação conjunta dos investigados no suposto esquema criminoso”. O pedido das quebras de sigilo partiu da Polícia Federal (PF), com aval da PGR, após parlamentares de oposição apresentarem notícias-crime contra o deputado.
O caso veio à tona após a divulgação de um áudio em que Janones solicita aos seus assessores o repasse de parte dos salários para ajudar a pagar prejuízos com a campanha eleitoral de 2016, quando o deputado disputou a prefeitura de Ituiutaba (MG), mas não foi eleito. A Polícia Federal ouviu os assessores mencionados no áudio, e as divergências nos depoimentos contribuíram para o pedido de quebra de sigilo.
A Agência Brasil tentou contato com a assessoria do parlamentar, mas até o momento, não obteve retorno. Janones sustenta que o áudio seria uma forma de “vaquinha” para cobrir gastos de campanha e estranha a solicitação de quebra de sigilo, visto que os assessores investigados já estariam à disposição desde o início das investigações.
O deputado também questionou o fato de ser “apontado como suspeito” em um depósito feito quando nenhum dos assessores investigados trabalhavam mais em seu gabinete. Ele manifestou confiança de que será absolvido e, em dezembro, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu processo contra Janones, após representação do PL. A situação do parlamentar é delicada e as investigações continuarão a fim de esclarecer os fatos.