A pesquisadora do IBGE, Klívia Brayner, destacou que a redução da natalidade e fecundidade no Brasil, já apontada pelos últimos censos demográficos, em conjunto com os efeitos da pandemia, são fatores a serem considerados ao analisar a evolução dos nascimentos no país nos últimos anos. Houve quedas em todas as regiões do Brasil de 2021 para 2022, com os maiores destaques nas regiões Nordeste e Norte.
Entre os estados, Paraíba, Maranhão, Sergipe e Rio Grande do Norte foram os que mais registraram reduções nos nascimentos, enquanto Santa Catarina e Mato Grosso foram os únicos estados a apresentar aumento no número de nascimentos. Março e maio foram os meses com maior número de nascimentos em 2022, enquanto outubro teve o menor registro.
Além disso, houve uma mudança no perfil das mães, com uma diminuição da participação das mães com menos de 30 anos e um aumento na participação das mães com 30 anos ou mais. O total de nascimentos não registrados em 2021 foi estimado em 55.511.
Em relação aos óbitos, o Brasil registrou 1,5 milhão de mortes em 2022, uma queda de 15,8% em relação ao ano anterior. Essa diminuição é atribuída principalmente à imunização da população contra a covid-19. Apesar disso, 2022 apresentou um aumento nos óbitos em comparação a 2019, ano pré-pandemia.
Um dado preocupante foi o aumento do número de mortes na população com menos de 15 anos, revelando um crescimento de 7,8% em relação a 2021. Esse aumento pode ter relação com a vacinação tardia de crianças e adolescentes contra a covid-19, já que as principais causas de óbito nessa faixa etária são doenças respiratórias.
Portanto, os dados de nascimentos e óbitos em 2022 refletem as diferentes realidades e impactos relacionados à pandemia e à dinâmica demográfica do país.