Dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) revelam que nos últimos dez anos ocorreram 230 casos de violência contra jornalistas na região, sendo o estado do Pará o mais violento, seguido por Amazonas, Mato Grosso e Rondônia. Um dos casos mais emblemáticos e que chocou o Brasil foi o assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira em 2022, no Vale do Javari, no Amazonas.
O coordenador de Jornalismo e Liberdade de Expressão do Instituto Vladimir Herzog, Giuliano Galli, ressaltou a importância de se combater essa onda de violência na região amazônica. Após o assassinato de Bruno e Dom, o instituto passou a receber um volume maior de denúncias de jornalistas e comunicadores que atuam na região. O relatório traz relatos de casos em que a violência contra os profissionais está diretamente ligada a investigações sobre crimes ambientais.
Além disso, o documento aponta que, em anos eleitorais como 2022, o registro de violência contra jornalistas mais que dobrou em relação ao ano anterior, indicando um cenário preocupante. A falta de políticas públicas de proteção, somada às atividades ilegais como garimpo, mineração e ocupação de territórios indígenas, contribui para o aumento da violência na região.
Galli ressalta que a violência não atinge apenas jornalistas e comunicadores, mas também defensores de direitos humanos em geral. O relatório busca, portanto, sensibilizar as autoridades brasileiras e a sociedade para a necessidade de adotar medidas efetivas de proteção aos profissionais que atuam na Amazônia, a fim de evitar que tragédias como a morte de Bruno e Dom se repitam no futuro.