BRASIL – Relatório independente não encontra provas de relação de funcionários da UNRWA com organizações terroristas, diz documento de 54 páginas.

O governo de Israel não apresentou provas convincentes de que funcionários da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) tenham ligações com organizações terroristas, segundo um relatório independente de 54 páginas divulgado recentemente, que foi solicitado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

A investigação, liderada pela ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Europa, Catherine Colonna, em conjunto com representantes de institutos de direitos humanos da Suécia, Noruega e Dinamarca, concluiu que Israel não forneceu evidências substanciais para sustentar suas declarações públicas de que uma parte significativa dos funcionários da UNRWA tenha vínculos com grupos terroristas.

O relatório também destacou que a UNRWA possui mecanismos mais eficazes do que outras agências da ONU para garantir sua neutralidade política. No entanto, apontou o risco de que essa neutralidade possa ser comprometida por questões como o conteúdo de materiais educativos usados nas escolas da agência e manifestações políticas de funcionários em redes sociais.

O documento apresentou 50 recomendações para aprimorar os mecanismos de neutralidade da UNRWA, as quais foram acatadas tanto pelo chefe da agência, Philippe Lazzarini, quanto por António Guterres, secretário-geral da ONU.

A análise ressaltou que a UNRWA tem estabelecido diversos procedimentos para cumprir os princípios humanitários, sobretudo o da neutralidade, comparativamente a outras entidades similares da ONU. Isso evidencia a importância da agência na prestação de assistência humanitária aos 5,9 milhões de palestinos refugiados em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria.

Dentre as recomendações destacadas no relatório estão a criação de uma unidade de investigação de neutralidade interna na agência, a capacitação dos funcionários e uma maior transparência na comunicação com os doadores. Além disso, houve a recomendação de revisão do conteúdo dos livros didáticos utilizados nas escolas da UNRWA, visando eliminar informações impróprias e evitar discursos de ódio.

Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, se comprometeu a desenvolver um plano de ação para implementar as recomendações do relatório independente, buscando fortalecer os esforços da agência em meio a um cenário desafiador para o povo palestino. A UNRWA reiterou o compromisso de aplicar os valores humanitários da ONU e se empenhar em oferecer assistência aos refugiados palestinos de forma neutra e imparcial.

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