A investigação, liderada pela ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Europa, Catherine Colonna, em conjunto com representantes de institutos de direitos humanos da Suécia, Noruega e Dinamarca, concluiu que Israel não forneceu evidências substanciais para sustentar suas declarações públicas de que uma parte significativa dos funcionários da UNRWA tenha vínculos com grupos terroristas.
O relatório também destacou que a UNRWA possui mecanismos mais eficazes do que outras agências da ONU para garantir sua neutralidade política. No entanto, apontou o risco de que essa neutralidade possa ser comprometida por questões como o conteúdo de materiais educativos usados nas escolas da agência e manifestações políticas de funcionários em redes sociais.
O documento apresentou 50 recomendações para aprimorar os mecanismos de neutralidade da UNRWA, as quais foram acatadas tanto pelo chefe da agência, Philippe Lazzarini, quanto por António Guterres, secretário-geral da ONU.
A análise ressaltou que a UNRWA tem estabelecido diversos procedimentos para cumprir os princípios humanitários, sobretudo o da neutralidade, comparativamente a outras entidades similares da ONU. Isso evidencia a importância da agência na prestação de assistência humanitária aos 5,9 milhões de palestinos refugiados em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria.
Dentre as recomendações destacadas no relatório estão a criação de uma unidade de investigação de neutralidade interna na agência, a capacitação dos funcionários e uma maior transparência na comunicação com os doadores. Além disso, houve a recomendação de revisão do conteúdo dos livros didáticos utilizados nas escolas da UNRWA, visando eliminar informações impróprias e evitar discursos de ódio.
Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, se comprometeu a desenvolver um plano de ação para implementar as recomendações do relatório independente, buscando fortalecer os esforços da agência em meio a um cenário desafiador para o povo palestino. A UNRWA reiterou o compromisso de aplicar os valores humanitários da ONU e se empenhar em oferecer assistência aos refugiados palestinos de forma neutra e imparcial.