BRASIL – Ex-empregada doméstica desiste da profissão por sentir-se desvalorizada e exploração, agora atua como estoquista em Brasília, em busca de melhores condições de trabalho.

A ex-empregada doméstica Marinete Silva, de 43 anos de idade, encontrou uma nova oportunidade de trabalho como estoquista em uma loja em Brasília. Ela tomou a decisão de abandonar sua antiga função há dois anos, após se sentir desvalorizada e explorada. Marinete relatou que foi contratada para cuidar de uma idosa, mas acabava realizando também tarefas de limpeza e alimentação durante a semana inteira, sem receber adicional noturno ou qualquer outro direito, mesmo trabalhando longas jornadas.

Ela revelou que levava cerca de duas horas para chegar ao antigo local de trabalho e lamentou a falta de conhecimento sobre seus direitos na época. Diante de situações como essa, o Ministério do Trabalho e Emprego criou a Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho Doméstico e de Cuidados (Conadom) para fiscalizar possíveis violações e garantir informações precisas para os trabalhadores dessa área.

Uma cartilha foi desenvolvida para esclarecer os direitos dos profissionais que atuam nesse ramo majoritariamente feminino. A conscientização sobre a denúncia de trabalhos em condições semelhantes à escravidão no ambiente doméstico é um dos pontos abordados no material. Em abril, foi registrado que a fiscalização identificou 43 casos de trabalho análogo à escravidão, sendo que a atividade doméstica foi a mais afetada.

A legislação aprovada em 2015 garante diversos direitos aos trabalhadores domésticos, como registro do contrato de trabalho, salário mínimo nacional, jornada de trabalho de até 8 horas diárias, intervalo para descanso e refeição, férias remuneradas, remuneração do trabalho noturno, entre outros benefícios. O governo também planeja lançar uma campanha para alertar sobre a importância da fiscalização do trabalho doméstico como medida de prevenção ao trabalho análogo à escravidão.

A história de Marinete revela as dificuldades enfrentadas por muitos profissionais do ramo doméstico e ressalta a importância de conhecer e lutar por seus direitos no ambiente de trabalho. A conscientização e a fiscalização são essenciais para garantir condições dignas e justas para esses trabalhadores.

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