BRASIL – 35 anos depois da morte de Chico Mendes, legado do líder seringueiro continua a inspirar luta pela preservação da Amazônia

Em 2023, comemoraram-se os 35 anos da morte de Chico Mendes, liderança sindicalista e defensor incansável da Amazônia. Conversar com pessoas que conviveram e lutaram ao lado dele como Gomercinco Rodrigues, o Guma e sua filha Ângela Mendes, nos permite entender a dimensão do legado deixado por Chico e porque o seu assassinato tem ressoado por tanto tempo. Assim como há 35 anos, a impunidade ainda reina na região e, mesmo após tantos anos, os assassinatos de ativistas só se multiplicam. Chico Mendes representa uma geração que lutou pela sustentabilidade e preservação da floresta e de suas comunidades.

No dia em que Chico Mendes foi assassinado, Guma se lembra da conversa que teve com o líder momentos antes do crime. Ele demonstrou preocupação com a segurança de Chico, algo que, infelizmente, se concretizou em um assassinato covarde. O fazendeiro Darly Alves da Silva, mandante do crime, e seu filho Darcy Alves da Silva, foram presos, mas a investigação ainda carece de expoentes que financiaram essa atrocidade. O Comitê Chico Mendes, formado na noite do assassinato, luta por justiça e a preservação da memória do líder sindicalista.

A filha de Chico, Ângela Mendes, afirma que o comitê atua para preservar a memória do pai e enfrentar tentativas de minimizar sua importância. A batalha contra o apagamento da história do líder sindicalista também acontece em relação à casa dele, um memorial em Xapuri, que ficou fechada por anos e a estátua de Chico no centro da cidade foi derrubada deliberadamente. Esses acontecimentos revelam como a importância de Chico Mendes foi sistematicamente negligenciada ao longo dos anos e como a memória do seu legado corre o risco de ser apagada.

Apesar das dificuldades enfrentadas por Chico Mendes e sua luta incansável, o seu legado permanece vivo e é exaltado por pessoas inspiradas por sua coragem e determinação, como sua filha Ângela. Ela, influenciada pela luta de seu pai, seguiu seus passos e se tornou uma ativista em prol da preservação da Amazônia e das reservas extrativistas, um dos maiores legados do sindicalista. O grande aprendizado deixado por Chico Mendes é a importância de formar alianças, unindo diferentes grupos em prol de um objetivo comum, algo que continua sendo uma grande lição nos dias de hoje.

Trinta e cinco anos após sua morte, a influência de Chico Mendes continua evidente, pois sua luta se mostra mais necessária do que nunca. A Amazônia, ameaçada pelo desmatamento e pela violência contra ativistas, ainda clama por defensores corajosos e determinados, como Chico Mendes. Enquanto sua memória e suas conquistas estiverem vivas, a luta pela preservação da floresta e por justiça socioambiental continuará.

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