Com a finalização desse processo, a estrutura da barragem já não é mais considerada como tal e a mineradora afirmou que ela está livre de qualquer risco para as comunidades e o meio ambiente. Além disso, a Vale ainda planeja realizar intervenções no terreno, como a implementação de um sistema de drenagem e revegetação, assim como a remoção de um muro construído preventivamente.
Desde a tragédia em Brumadinho, onde uma barragem da Vale se rompeu causando centenas de mortes e danos ambientais irreparáveis, a eliminação de todas as barragens construídas por um método específico se tornou uma exigência legal. A Lei Estadual 23.291/2019, conhecida como Lei Mar de Lama Nunca Mais, deu um prazo de três anos para que as mineradoras realizassem a descaracterização de suas barragens.
No caso da Vale, que possui 30 barragens a serem eliminadas, a empresa concordou em pagar R$ 236 milhões devido ao não cumprimento do prazo estabelecido. Até o momento, 14 barragens já passaram pelo processo de descaracterização, com a mineradora afirmando que pretende concluir 70% do programa até o final de 2026.
Macacos, o distrito afetado pela barragem B3/B4, é um destino turístico conhecido por sua beleza natural, com montanhas, mananciais e cachoeiras. A evacuação dos moradores da região após a classificação de risco 3 da barragem impactou o turismo local, causando prejuízos econômicos significativos para a cidade de Nova Lima.
Após um acordo reparatório entre a Vale, órgãos públicos e a prefeitura de Nova Lima, a mineradora se comprometeu a realizar um aporte de R$ 380 milhões para programas de transferência de renda, requalificação do comércio e turismo, além do fortalecimento dos serviços públicos municipais. A comunidade de Macacos ainda aguarda o retorno seguro para suas casas e o término do processo de descaracterização da barragem para que possam retomar suas vidas normalmente.