BRASIL – Aumento de 66,8% nas denúncias de intolerância religiosa em 2024, segundo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

No Brasil, a intolerância religiosa se tornou um problema cada vez mais recorrente, como apontam os números divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) nesta terça-feira (21). Segundo o MDHC, em 2024 foram registradas 2.472 denúncias de casos de intolerância religiosa pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100), coordenado pela pasta.

Esses números representam um aumento significativo de 66,8% em relação às denúncias feitas no ano anterior, em 2023, que totalizaram 1.481. O crescimento das denúncias de violações relacionadas à intolerância religiosa entre 2021 e 2024 foi de 323,29%, evidenciando um cenário alarmante no país.

A divulgação dos dados aconteceu no Dia do Combate à Intolerância Religiosa, em memória da Iyalorixá baiana, Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum. Mãe Gilda fundou em 1988 o terreiro da Nação Ketu/Nagô, Ilê Asé Abassá de Ogum, em Salvador, e foi vítima de perseguições, agressões físicas e difamação devido à sua crença.

O painel interativo de dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos revela que, ao longo de 2024, as pessoas mais violadas foram aquelas que pertencem aos segmentos umbanda, candomblé, evangélico, católico, espírita, entre outros. Além disso, a maioria das vítimas de discriminação religiosa são mulheres, com 1.423 casos registrados, contra 826 violações sofridas por homens.

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, reforçou durante um evento em Brasília a importância de respeitar a diversidade religiosa no país. Ela ressalta que o Estado brasileiro é laico, mas isso não significa ignorar as religiões, e sim proteger o direito de cada indivíduo de exercer sua religiosidade.

Para combater a intolerância religiosa e denunciar casos de violações, o Disque 100 oferece um serviço gratuito e disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana. Além disso, o MDHC disponibiliza outros canais de denúncia, como WhatsApp, Telegram e videochamada em Libras, garantindo que as denúncias sejam anônimas e recebam um número de protocolo para acompanhamento.

É fundamental que a sociedade se mantenha atenta e ativa na luta contra a intolerância religiosa, garantindo que todos tenham o direito de exercer suas crenças e práticas sem serem alvo de discriminação ou violência. A diversidade religiosa é um patrimônio cultural do Brasil e deve ser respeitada e protegida por todos.

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