Brasil, Argentina e Paraguai são os países mais afetados, respondendo por mais de 90% dos casos e mais de 80% das mortes por dengue nas Américas. O Brasil lidera o ranking, com 2.966.339 casos e 758 mortes, seguido pelo Paraguai, com 191.923 casos e 50 mortes, e pela Argentina, com 134.202 casos e 96 mortes.
O diretor-geral da Opas, Jarbas Barbosa, destacou a gravidade da situação e ressaltou que países onde os surtos de dengue geralmente acontecem no segundo semestre, como Barbados, Costa Rica e Guatemala, já estão relatando aumento de casos da doença. Porto Rico, por exemplo, decretou situação de emergência por dengue recentemente.
A circulação de quatro sorotipos da dengue nas Américas aumenta consideravelmente o risco de casos graves, conforme apontado pela Opas. Causas ambientais, como altas temperaturas, ondas de calor, secas intensas e inundações, contribuem significativamente para o aumento da circulação do mosquito vetor.
Questionado sobre a possibilidade de declarar emergência em saúde pública de interesse internacional, como ocorreu com o vírus Zika em 2016, Jarbas explicou que as circunstâncias são diferentes. Enquanto o vírus Zika estava fortemente relacionado a casos de microcefalia em bebês, a dengue não apresenta mudanças na expressão clínica ou nos sintomas.
Diante desse cenário preocupante, a necessidade de programas permanentes para identificar precocemente novos surtos de dengue nas Américas é destacada pelo diretor-geral da Opas. A atenção e o combate efetivo à doença são fundamentais para conter o avanço desse surto alarmante.