A ação, denominada Operação Refil Verde, faz parte da Operação Narke, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e teve caráter preventivo. De acordo com o delegado Rogério Rezende, da Coordenação de Repressão às Drogas do Distrito Federal, os suspeitos operavam um sofisticado esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, com ramificações em diferentes estados brasileiros.
As investigações tiveram início há aproximadamente um ano, após os Correios comunicarem à Polícia Civil do Distrito Federal sobre uma encomenda suspeita retida por funcionários da empresa. Conforme apurado, os suspeitos adquiriam grande quantidade de óleo de cannabis de empresas dos Estados Unidos, que era enviado para o Paraguai e posteriormente trazido para o Brasil via Foz do Iguaçu.
Uma vez no Brasil, o produto era distribuído para São Paulo, onde parte do grupo o diluía e envasava em frascos comprados da China, identificados com uma logomarca do produto, para revenda em todo o país. Segundo Rezende, o esquema movimentou cerca de R$ 2 milhões em apenas um mês.
Além dos responsáveis pela aquisição, preparação e distribuição da substância, o grupo contava com um profissional encarregado de gerenciar os sites e perfis em redes sociais utilizados para comercializar o óleo de cannabis e os cigarros eletrônicos destinados ao consumo da substância. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução proibindo a fabricação, importação, comercialização e distribuição de cigarros eletrônicos no Brasil.
Os suspeitos também foram acusados de abrir contas bancárias fraudulentas, criar empresas fantasmas e utilizar documentos falsos para dificultar a identificação de um sistema de lavagem de dinheiro proveniente do mercado ilícito das drogas. Influenciadores digitais foram contratados para divulgar os produtos e aumentar as vendas, incluindo três influenciadoras brasilienses com grande alcance nas redes sociais, que estão entre os sete detidos durante a operação.
A Polícia Civil alerta para os riscos à saúde pública associados ao consumo de produtos como o óleo de maconha, que contêm substâncias químicas prejudiciais. As autoridades irão solicitar a retirada de todos os sites, perfis em redes sociais e publicações relacionadas à oferta do óleo do ar. O THC, juntamente com o CBD, é um dos compostos da Cannabis sativa estudado por suas propriedades psicoativas e terapêuticas.
