BRASIL – Desigualdades no Cinema Brasileiro: Mulheres continuam sem espaço na direção dos filmes de grande público em 2022, aponta pesquisa do Gemaa.

O Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa) divulgou um levantamento que analisou a presença de mulheres na direção dos filmes de grande público lançados em 2022 no Brasil. Segundo o estudo, nenhuma mulher dirigiu esses filmes, o que evidencia uma profunda desigualdade de gênero nesse segmento da indústria cinematográfica.

De acordo com a subcoordenadora de Pesquisas do Gemaa, Marcia Rangel, os filmes de grande público são aqueles que atraem a maior parte dos frequentadores das salas de cinema do país, concentrando recursos, tempo de exibição e divulgação. No entanto, a distribuição de recursos públicos para a realização desses longas-metragens revela disparidades significativas, com reflexos na sociedade como um todo.

A pesquisa também apontou a ausência de mulheres negras na direção dos filmes analisados, reforçando a necessidade de maior diversidade e representatividade no cenário cinematográfico nacional. Em contrapartida, o estudo mostrou que homens negros têm conseguido ocupar posições de destaque na direção de filmes de grande público, como os casos de Lázaro Ramos e Gabriel Martins, que dirigiram dois dos filmes analisados em 2022.

No que diz respeito ao roteiro e ao elenco dos filmes, as mulheres também foram minoria em 2022. A representação e a construção narrativa nos filmes de grande público continuam sendo dominadas por homens brancos, o que dificulta a diversidade de perspectivas e personagens nas produções nacionais.

Diante desses dados, o Gemaa ressalta a importância de políticas públicas voltadas para a promoção da diversidade e igualdade de oportunidades no cinema brasileiro. A inserção de editais afirmativos e ações afirmativas em concorrências públicas são apontadas como possíveis caminhos para promover mudanças na indústria audiovisual do país e garantir mais representatividade nas produções cinematográficas.

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